Encontrar os amigos e perder a noção do tempo se divertindo com brincadeiras como amarelinha, pular corda, corrida, pega-pega, futebol, roda, esconde-esconde, entre tantas outras, é simplesmente sensacional. Basta uma simples menção a essas recreações para que, instantaneamente, sejamos transportados ao tempo mágico da infância. Quanta nostalgia, não é mesmo? Afinal, ser criança é uma dádiva!

Já se pegou falando dos primeiros anos de vida e lembrando de algo que marcou você? Pois é aí que reside o valor do brincar. Esse ato é essencial não apenas para o desenvolvimento cognitivo e emocional, mas também para o crescimento social de crianças e adolescentes. Pensando nisso e em como estão se tornando cada vez mais escassos esses momentos para as novas gerações, todas as unidades educacionais e socioassistenciais da Legião da Boa Vontade (LBV) desenvolvem atividades lúdicas que asseguram a seus atendidos a oportunidade de existirem no mundo de forma plena, preservando sua essência e garantindo dignidade.
Promovida pela Aliança pela Infância no Brasil, a Semana Mundial do Brincar — celebrada de 24 de maio a 1o de junho — será comemorada nos ambientes da LBV, com o tema “Proteger o Encantamento das Infâncias”. A proposta é proporcionar o brincar livre, respeitar o tempo e os ritmos das crianças e incentivar a criação de ambientes acolhedores, essenciais para uma fase infantil plena e digna em diferentes contextos.
Aprendizado, cuidado e afeto
Mais do que entretenimento, brincar é um direito da criança e uma poderosa forma de aprendizagem. Por isso, as escolas e os Centros Comunitários de Assistência Social da LBV têm espaços dedicados para esse momento tão especial, proporcionando aos alunos e atendidos a oportunidade de aprender por meio da ludicidade.
Segundo Paula Guaitulini, gestora social do Centro Comunitário da Legião da Boa Vontade em São José do Rio Preto/SP, os momentos de diversão permitem explorar o mundo da criança, observando se ela se entretém sozinha, interage com os colegas ou enfrenta dificuldades. Além das propostas socioeducativas em que o grupo opta pelos temas, a garotada tem a liberdade de escolher atividades que correspondam às suas necessidades e personalidades. E é aí que as brincadeiras desempenham um papel crucial: “Elas se organizam sozinhas. (…) Às vezes, criam novos jogos. Isso ajuda a fortalecer a autonomia na escolha do que querem fazer”. Além disso, ela comenta que o ato de brincar contribui para “desenvolver habilidades como a coordenação e a criatividade”.

Essa interação é essencial para que as crianças aprendam a administrar conflitos, um processo que as torna mais resilientes e as encoraja a adotar atitudes positivas. A Entidade oferece um ambiente seguro para que elas vivenciem uma infância saudável. De acordo com Paula, é nessa troca “que podem mostrar quem são e deixar um pouco de lado a tecnologia. É brincar de verdade”, conclui.
Não há qualquer garantia de futuro melhor para as nações se não houver o respeito aos direitos fundamentais das crianças e dos jovens. E não se cresce, material e espiritualmente saudável, sem afeto, sem Amor, Amor Fraterno.
Paiva Netto
“Uma visão além do intelecto”
A inovadora linha educacional da Legião da Boa Vontade atende estudantes em diferentes realidades. Criada pelo educador Paiva Netto, ela é composta pela Pedagogia do Afeto — voltada à infância — e pela Pedagogia do Cidadão Ecumênico, que se estende ao cuidado na adolescência, juventude e idade adulta. Ambas são conduzidas pelo conceito do dirigente da LBV, que propõe que tenhamos “uma visão além do intelecto”, promovendo a Educação com Espiritualidade Ecumênica, ao aliar conhecimentos intelectuais e sentimentos, considerando as necessidades básicas, os anseios e as possibilidades específicas de cada faixa etária. Com essa abordagem, os educandos compreendem que o saber intelectual deve ser iluminado por valores éticos, ecumênicos e espirituais, colocando esse conhecimento em favor da humanidade.
O futuro começa na infância
Agir com profundo respeito à infância é uma forma de proteger o futuro — e esse é um compromisso de todos! Por meio das brincadeiras, as crianças encontram espaço para se desenvolver, se conhecer e expressar suas emoções de forma leve e natural. Nas unidades socioassistenciais da Instituição, os atendidos do serviço Criança: Futuro no Presente! têm acesso, semanalmente, a atividades que fortalecem esse direito fundamental.
Exemplo disso ocorre em Paranaíba/MS, onde foi inaugurada, no Centro Comunitário de Assistência Social da LBV, no mês de abril, uma nova sala de brincadeiras, proporcionando à garotada momentos de alegria e descobertas. A atendida Bianca Germano, de 8 anos, aprovou o local e explicou o porquê: “Eu me sinto muito feliz e animada ao brincar. Esse espaço nos ajuda a interagir com as crianças, a nos divertirmos e a aprendermos várias coisas novas”.

Carla Roberta dos Santos, de 13 anos, destacou como jogos e atividades estimulam a imaginação e fortalecem os laços com os colegas: “É muito legal imaginar e fazer cenários. (…) Você consegue fazer amizades durante a brincadeira”. Ela ainda compartilhou um sentimento especial sobre a relevância desse momento: “Eu me sinto tranquila quando estou brincando, porque é quando encontro Paz. É importante, pois a infância não dura para sempre”.
A reportagem também abordou as tecnologias de ensino baseadas em jogos utilizadas pelo programa LBV — Potencializando Habilidades (PPH), realizado no Rio de Janeiro/RJ, que vêm contribuindo significativamente para o avanço de alunos atípicos. Um olhar sensível e atual sobre como a ludicidade pode transformar trajetórias, respeitando ritmos e potencializando capacidades.
Por isso, reforçamos: interagir ludicamente não é apenas um direito, mas também um poderoso caminho de aprendizado, cuidado e afeto. A seguir, confira alguns registros desse momento tão especial!






Esconde-esconde é minha brincadeira favorita, porque acho muito divertida. Quando estou brincando, sinto que sou mais feliz. Acho que o brincar ajuda a se movimentar. É bem importante (…), pois as crianças da minha geração ficam muito tempo paradas, elas ficam só no celular. Então, é essencial se conectar com outras crianças.
Ana Clara Sacramento, 8 anos, participa do Projeto de Apoio a Ex-Alunos (Paex) no Centro de Educação Infantil José de Paiva Netto, da LBV em Curitiba/PR.
